Quando ainda ouvíamos o barulho dos modems fazendo a conexão dial-up, as empresas perceberam que esse novo lance aí, a INTERNET (ainda em letras maiúsculas), seria uma ótima forma de mostrar ao público que elas de fato existiam. E essa foi a era das empresas.com. Todo mundo tinha que estar na INTERNET, com lindos botões piscantes e gifs animados por toda a página.

Mas as coisas foram evoluindo e à medida que todas as empresas passaram a incorporar a INTERNET nos seus negócios, através de páginas corporativas, as empresas.com perceberam que era hora de se diferenciar um pouco. Então vieram os sites em flash.

Nada mais de ficar olhando para uma janelinha estática que trazia todas as informações sobre o negócio. As empresas queriam que seus clientes se divertissem em seus espaços virtuais. Tivessem uma boa impressão.  Mas flash tem lá seus limitadores, o mais chato de todos é a má indexação pelos motores de busca. Tornando as empresas difíceis de serem encontradas na grande rede. Sem falar na dificuldade de editar conteúdo nesse tipo de site e no fato dele não rodar em plataformas móbile.

Mas a ideia de entreter as pessoas era realmente boa e foi levada a sério. Daí nasceram os blogs corporativos. Com conteúdo relevante para o público, possibilidade de interação e conceituação da marca melhor definida. Tudo perfeito para a era empresa.com/blog.

Porém a internet – que se tornou tão comum que passou a ser escrita em letras minúsculas – estava evoluindo rapidamente. O ritmo era tão acelerado que as empresas.com/blog multiplicaram-se em uma velocidade nunca antes vista e isso foi um prejuízo grave ao modelo. Começaram a surgir blogs de todos os tipos bizarros e irrelevantes. É impressionante como o ser humano pode cagar em uma ideia.

Ao lado dos blogs, outra coisa surgia na internet e explodiu com força total, atraindo a atenção de milhões de usuários em todo o mundo. As redes sociais.

Logo se percebeu que esse era o nível de intimidade que toda empresa, da maior das multinacionais à menor de final de rua, gostaria de ter com seu público. Empresas amigas, companheiras, que fizessem parte do dia a dia das pessoas, que fossem lembradas. Poesia para os marketeiros.

O X dessa questão é que elas não poderiam falar com seus clientes como falavam na era das empresas.com. As pessoas não queriam conversar com corporações, queriam conversar com pessoas de personalidades próprias. E embora o conceito de marca seja muito anterior a tudo isso, as marcas precisaram se adaptar para essas novas plataformas.

O que a sua empresa vai dizer no Twitter? Ela é menino ou menina? Tem quantos anos? Usa emoticon? Usa gíria? Tudo isso precisou ser pensado para chegarmos à era das @marca. Perfis sociais de empresas, conversando com o consumidor, entendendo seus problemas, percebendo suas necessidades. Tudo em tempo real. O boom aconteceu! De repente toda empresa correu para o Twitter, Orkut e Facebook para dizer ao público o quanto eles são especiais. Mas até quando?

É óbvio achar que de toda essa galera que agora faz parte das redes sociais, poucos realmente vão ficar, seja por descobrirem mais para frente que rede social não é brincadeira ou porque as redes sociais obrigarão que elas mudem seu negócio (pode acontecer, por que não?).

Antes de enfiar a cara em qualquer modinha que aparece, as empresas devem se preparar, entender suas próprias necessidades e saber onde estão enfiando seus narizes para não dar um passo maior que a perna. Na era das empresas.com, um erro poderia passar despercebido e não repercutir, mas as @marcas são vigiadas 24h, qualquer dose de cuidado é pouca.

 

Postado por André

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André Fantin

Editor do Repertório Criativo, publicitário e escritor por teimosia. Atualmente vive na Irlanda em busca de inspiração.