Baixada a poeira do SOPA e PIPA, acho que podemos levantar uma discussão menos inflamada sobre o que os estúdios americanos proclamam como suas propriedades intelectuais. O que sabemos é que os maiores estúdios (oi, Disney) apropriou-se de histórias populares para criar seus grandes clássicos como Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Branca de Neve e todo o resto que deixou o estúdio endinheirado.

Na base do “é do povo é de todo mundo”, esses estúdios fizeram fortuna com suas produções e lucraram com isso. Mas quando chegou a hora do povo proclamar o mesmo direito e distribuir essas produções, os estúdios levantaram bandeira alegando propriedade intelectual sobre as histórias e que elas não eram tão do povo assim.

Bem, encerrados os contos de fada pelo mundo que poderiam se tornar filmes incríveis, os estúdios passaram a recolher memes de internet para compor suas super-produções. Acho que o primeiro anunciado foi o do Epic Beard Man (lei aqui) e mais recente um filme sobre um cachorro que fala e que foi sucesso no YouTube.

Memes de Interent

O processo de construção desses dois memes foi coletivo. Foram as pessoas que deram significado a eles para que tivessem alguma relevância na internet e na vida das próprias pessoas. E agora os estúdios querem se aproveitar dessa coletividade para lucrar um pouco mais (ou alguém acha que a distribuição do material produzido será liberada?).

Esse é só o começo de um pensamento que pode se dividir em duas, três, trezentas correntes de pensamento diferentes, mas todas caminhando para o mesmo lugar. Propriedade intelectual existe?

 

Postado por André

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André Fantin

Editor do Repertório Criativo, publicitário e escritor por teimosia. Atualmente vive na Irlanda em busca de inspiração.