Quando joguei Pokémon pela primeira vez aos 12 anos pensei que ao chegar perto dos 30, capturar monstros não seria uma coisa tão divertida. Como eu estava enganado.

Lançado oficialmente no dia 05 de julho deste ano, o jogo bateu recorde de downloads em todos os países em que foi disponibilizado. Pokémon GO se tornou simplesmente uma febre para a nova geração de treinadores e reativou aquela brasa quase apagada dos Mestres Pokémon das décadas passadas.

O apelo do jogo é óbvio e sempre foi a ambição de quem cresceu jogando com os monstrinhos. Usando realidade aumentada, o app traz nossas criaturas favoritas para o mundo real de forma até convincente. Explicar e entender o sucesso do game é fácil, mas quais serão os desafios para o futuro de Pokémon GO?

Em se tratando de fazer dinheiro, a Nintendo não é nenhuma criancinha brincando no playground. Eles batalharam até onde deram para manter Pokémon nas suas plataformas próprias, mas o apelo dos fãs para trazer Pikachu e cia para os smartphones foi muito mais forte.

A primeira tentativa aconteceu em 2014 quando o próprio gigante de buscas anunciou o Google Maps: Pokémon Challenge.

O vídeo de apresentação do projeto mexeu com as emoções das pessoas por exibir os monstrinhos interagindo com o ambiente ao redor, mas nada disso aconteceu na época e a única coisa que pudemos ver é como está mostrado na figura abaixo.

Bem brochante para quem esperava um jogo de realidade aumentada.

Bem brochante para quem esperava um jogo de realidade aumentada.

Apesar do desapontamento entre os fãs, pode-se dizer que este foi o embrião para o que nos foi lançado este ano e valeu a pena esperar. Nintendo e Niantic, uma das empresas subsidiárias do Google, se uniram para criar algo que realmente atendesse aos fãs e, como todo game já lançado, pudesse ser facilmente monetizável.

E esse sim é o maior desafio que Pokémon GO terá que enfrentar. Não é de hoje a reclamação de usuários sobre propaganda em meio ao seu entretenimento, ainda mais quando é dado ao próprio usuário a opção de gastar dinheiro de verdade dentro do aplicativo.

Sim, o jogo possui uma loja para os mais ricos e gananciosos por poder, com itens que variam entre US$0,99 e US$99,99. Mas é claro que você pode jogar normalmente sem ter que enfiar a mão no bolso, assim como eu, pão duro, venho fazendo.

Neste momento, executivos de grandes marcas e a Nintendo se reúnem a portas fechadas para ver os benefícios que podem tirar da popularidade de PGO. Pensando em benefícios para o usuário, uma marca poderia patrocinar itens raros, como Lucky Eggs, que aumentam a experiência quando se captura um Pkm, ou promover um evento em que vários tipos raros pudessem ser encontrados com mais facilidade.

Em Atlanta, o Huge Café já despertou sua atenção para o game e decidiu investir 50 dólares no jogo para comprar iscas que atraem os Pokémons para perto do café. Essa primeira estratégia trouxe bons resultados para o café que promete continuar investindo e vendo o que mais pode dar certo.

Se existe uma ferramenta permite você melhorar o marketing da sua marca e aumentar o volume de pessoas no seu estabelecimento, ela certamente deverá ser testada.

Além desse tipo de ação que utiliza recursos nativos do game, discute-se ainda a possibilidade de lançar formatos personalizáveis de anúncio. Por exemplo, você vai a uma farmácia comprar um remédio e ganha um item que também vai curar os seus Pokémons. Determinados produtos do supermercado que podem ser usados como iscas para atrair aquele tipo raro que nunca está na sua vizinhança. O hostel que fica no meio do nada e quase nunca recebe hóspedes poderá oferecer descontos especiais para treinadores, ou mesmo ter um set raro de monstrinhos para serem capturados. As possibilidade são infinitas e agradariam tanto marcas como usuários.

Assista abaixo o vídeo de lançamento do jogo feito em setembro de 2015.

Sendo bem honesto, o jogo ainda não chegou nesse nível de interação entre usuários, mas o futuro promete.

Continua…

 

Pokémons capturados enquanto escrevia esse post:

Written By

André Fantin

Editor do Repertório Criativo, publicitário e escritor por teimosia. Atualmente vive na Irlanda em busca de inspiração.