Já faz um tempo que se discute até que ponto vale utilizar celebridades em comerciais. Pelo menos aqui no Brasil, essa ideia foi bem impulsionada pelo sucesso estrondoso que fizeram as Havaianas serem o que são hoje.

Em propaganda, quando uma coisa dá resultado para alguém, essa coisa vira regra básica. “Temos um produto que precisa passar credibilidade e status: vamos colocar o mocinho da novela das 21h”. “Temos um produto nada a ver que precisa ser vendido: vamos colocar o grande sucesso do momento para falar bem dele”.

A Havaianas, por exemplo, começou os seus comerciais colocando artistas em situações engraçadas, tirando a “glamour” artístico e dando a eles uma aura mais ordinária, alcançável pelo público. Essa foi a chave do sucesso. Teorizo.

Mas quando a batata cai em mãos menos competentes, ou despreparadas, vira uma zona. Usa-se celebridade só por usar. Só para fazer alguma associação bizarra, sem nexo, coerência ou alinhamento com brand. Como vídeo de celebridade pagando mico ou dando depoimento ridículo.

http://www.youtube.com/watch?v=kweGZfYKQuM&t=ga

Como esse vídeo do Michel Teló para a Oral-B falando sobre Carnaval. Tosco, forçado e desnecessário. E essa não é uma opinião isolada. O vídeo tem mais “Não Gostei” do que “Gostei” e os comentários não deixam por menos.

Agora imaginem o cachê gasto com Michel Teló para se produzir um filme de 50 segundos? E se a gente pensar que sempre tivemos propagandas de sucesso com anônimos (vide Carlos Moreno com a Bombril, Família Sadia e até Luiza do Canadá) porque investir tanto em alguém só porque tem clipe exibido no Fantástico? A diferença é só pensar um pouco mais na ideia do que na execução. Ou será que os publicitários esqueceram a coerência em alguma premiação chique? Reflitam.

 

Postado por André

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André Fantin

Editor do Repertório Criativo, publicitário e escritor por teimosia. Atualmente vive na Irlanda em busca de inspiração.